Começo da Vida

(Début dans la vie)

1. Depois ficou zangado. O filho dele tinha-lhe contado a minha história. "Que tipo de tolo foge de um bom pai? Que tipo de tolo deita fora uma vida confortável? Não navegaria contigo outra vez por mil libras! Trazes má sorte! Causas morte!"

2. As suas palavras magoaram-me. Mas não disse nada. Tinha demasiado orgulho para admitir que ele tinha razão. Continuou a falar. "Marca as minhas palavras. Se não fores para casa enfrentarás desastre após desastre. A maldição do teu pai seguir-te-á. Sofrerás até desejares estar morto."

3. Separámo-nos. Nunca mais os vi. Tinha dinheiro no bolso das pessoas bondosas de Yarmouth. Podia ir para casa para York. Ou podia ir para Londres e encontrar outro navio. A escolha era minha. Mas a vergonha tomou a minha decisão por mim.

4. Como podia ir para casa? Todos rir-se-iam de mim. "Ali está o rapaz que fugiu para o mar!" diriam. "Uma tempestade e veio a chorar para casa!" Não conseguia enfrentar essa vergonha. O meu orgulho era mais forte que o meu bom senso. Esta é a loucura da juventude.

5. Não temos vergonha de fazer mal. Mas temos vergonha de corrigir. Não temos vergonha de ser tolos. Mas temos vergonha de nos tornarmos sábios. Por isso fui para Londres. Na estrada lutei comigo mesmo. Mas o orgulho ganhou todos os argumentos.

6. Em Londres fiquei algum tempo. A memória da tempestade começou a desvanecer. O meu medo ficou mais fraco. O meu desejo de aventura ficou mais forte. Pensei menos em casa. Pensei menos nas lágrimas do meu pai. Pensei menos nos avisos de Deus.

7. Finalmente tomei a minha decisão. Encontraria outro navio. Tentaria outra vez. Provaria que não era um cobarde. Mostraria a todos que podia ser marinheiro. Era o maior tolo que alguma vez viveu. E pagaria caro pela minha tolice.

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