Começo da Vida

(Début dans la vie)

1. Bebemos. Rimos. E numa noite esqueci todas as minhas promessas a Deus. Esqueci o meu medo. Esqueci a sabedoria do meu pai. O oceano estava calmo. A minha consciência também. Afastei todos os pensamentos sérios. Quando tentavam voltar bebia mais ponche.

2. Em cinco ou seis dias senti-me como um verdadeiro marinheiro. Tinha orgulho em mim. Sobrevivi à minha primeira tempestade. Não era um cobarde. Teria aventuras. Veria o mundo. O que sabia o meu pai sobre a vida?

3. Mas eu era um tolo. Deus tinha-me dado um aviso. A tempestade era uma oportunidade para voltar. Devia ter ouvido. A próxima tempestade seria muito, muito pior. Quase me mataria.

4. Seis dias depois de deixar Hull chegámos a Yarmouth Roads. Era um lugar onde os navios esperavam por bom vento. O vento estava contra nós. Nossa viagem era lenta. Muitos navios de Newcastle também estavam lá. Lançámos a nossa âncora e esperámos. Ficámos lá sete ou oito dias.

5. O vento ainda estava mau. Soprava do sudoeste. Não podíamos navegar rio acima. Depois de quatro dias o vento ficou mais forte. Muito mais forte. Mas os nossos marinheiros não estavam preocupados. Diziam que Yarmouth Roads era seguro.

6. A nossa âncora era forte. O nosso navio era bom. Por isso os homens bebiam e riam. Contavam histórias. Jogavam cartas. Tentei agir como eles. Queria ser um verdadeiro marinheiro. Tudo parecia bem.

7. Mas na oitava manhã tudo mudou. O vento ficou selvagem. O capitão ordenou a todos os homens para trabalhar. "Baixem os mastros!" gritou. "Amarrem tudo! Preparem-se para uma tempestade!" Os marinheiros saltaram para obedecer. Sabiam que isto era sério.

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